Colégios
Militares, o sonho de consumo de muitos pais, agora serão acessíveis às classes
sociais mais baixas!
Não dá para negar que boa parte dos
pais de alunos das escolas públicas e privada gostaria que tivessem mais
colégios militares acessíveis. Entretanto, nosso modelo clássico, o Colégio
Militar de Brasília - CMB, é preferencialmente destinado a filhos de militares
e as poucas vagas remanescentes são mais disputadas que exame de vestibulares.
Não são poucos pais da classe média e alta que gastam com cursinhos
preparatórios na tentativa de que seus filhos consigam ingressar no CMB, mesmo
que para isso seus filhos tenham que repetir um ano de estudos. A primeira chance de prova é para
ingressar no 6º ano do fundamental II, mas se não passar, o aluno pode tentar
novamente no ano seguinte (respeitado o limite de idade do edital do concurso).
Passando, será admitido para cursar o 6º ano (ou seja, irá refazer a série já
frequentada em outro colégio). A próxima chance será para entrar no 1º
do Médio, onde o número de vagas para o certame é ainda menor.
Para alunos da classe social mais
baixa é quase impossível tentar uma vaga no CMB, pois os pais não têm dinheiro
para pagar um cursinho ou uma escola preparatória. No entanto, estamos vivendo
uma onda de militarização de escolas em vários estados. O Governo Federal criou
uma secretaria especial no MEC para facilitar a transformação de algumas
escolas públicas. No DF, o GDF já está colocando em prática esse modelo,
inicialmente, em 4 escolas. Mas não para por aí, um grupo de escolas privadas
está abrindo mão de parte de sua proposta pedagógica e de seus nomes de
fantasia, assumindo o projeto de militarização, sob a denominação de Colégio
Militar Duque de Caxias. O melhor de tudo é que as mensalidades são bem
acessíveis, cerca de R$600,00!
No dia 22 de fevereiro, o Presidente
da ASPA-DF, o advogado Luis Claudio Megiorin, Conselheiro do CEDF, representando
também o Presidente do Conselho de Educação do DF - CEDF, Prof. Mário Sérgio
Mafra, visitou o Colégio Militar Dr. Cesar Toledo, em Anápolis, com uma comitiva
da PMDF, SEDF, a Presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas do
DF -ASDEP-DF, Professora Gicileide Oliveira, e o Presidente da Associação de
Monitores das Escolas Públicas do DF – AMO-DF, o advogado e funcionário da SEDF
Dr. Paulo Santos e o Prof. Mauro Oliveira Assessor Especial da SEDF que
representou o Secretário de Educação Rafael Parente.
Megiorin, Profa. Gicileide ASDEP-DF e Paulo Santos - AMO-DF |
A Presidente da ASDEP-DF, Professora Gicileide, experiente diretora de escola,
assim como todos nós, ficou surpresa com o melhor colégio público de Goiás,
atualmente com cerca de 2.200 alunos, nos três turnos e que foi militarizado há
14 anos. O Colégio está com nota 7.5 no IDEB. A Instituição funciona com a
parceria da Polícia Militar e com apoio de uma dinâmica Associação de Pais e
Mestres.
A Presidente da ASDEP-DF, que é
Vice-Diretora do Centro de Ensino Especial 01 do Guará, teve uma excelente
impressão da gestão do projeto e ficou muito animada: “Vimos uma escola com uma
ótima estrutura física e com excelentes resultados pedagógicos. A
disciplina é considerada como ponto forte para se chegar aos resultados
obtidos. O comandante deixou bem claro que a parceria é bem salutar, uma vez
que as decisões são tomadas em conjunto e nada se faz sem o aval da
coordenadora geral que tem a mesma função de um diretor de escola da rede
pública. Saí otimista, mas é preciso debater com a comunidade
esclarecendo como será a gestão compartilhada. Ouvi falas de professores que
tem orgulho de trabalhar na instituição. Fiz uma entrevista com um grupo
de estudantes sobre a rotina do dia a dia e pelas respostas dadas
demostraram que estavam satisfeitas em fazer parte da escola”, complementou.
A ESCOLA TRANSFORMANDO VIDAS E O
ENTORNO
A escola, há 14 anos, era um caos.
A sua história não é diferente de muitas
escolas do DF, principalmente aquelas
em área de alta vulnerabilidade social. Depredada com estrutura precária, sem
muros, apenas cercas de arames, instalada numa área pobre e com alto índice de
violência. Hoje, a vizinhança orgulha-se de ter uma escola como essa. O valor
dos imóveis triplicou e o comércio foi revitalizado. Um prédio de apartamentos
foi erigido no bairro, algo impensável à época. O bairro está mais seguro. A
escola cumpre com seu papel social plenamente, além de transformar a vida e
história dos seus alunos, transforma todo o seu entorno e vai além. Autoridades
educacionais de todo o país vem visitar esse exemplo e orgulho do Estado de
Goiás.
Prédio residencial de alto padrão construído próximo à escola. Algo impensável há 14 anos! |
O Diretor
da unidade escolar, o Tenente Coronel Luciano, ressaltou que um dos motivos do
sucesso da escola é que não há corrupção e nem desvio de verbas. Ouvimos falas
de professores que têm orgulho de trabalharem nesse modelo de ensino, pois são
respeitados pelos alunos, pais e militares. Não existe rotatividade de
professores naquela escola, só saem de lá quando são aposentados e alguns
voltam a trabalhar em regime celetista, contratados pela APAM.
Atualmente, a PMGO conta com cerca
de 60 escolas militarizadas, não tem mais por falta de efetivo, mas a demanda é
crescente e a pressão para ingressar na escola de Anápolis é enorme. A escola
já não atende mais à comunidade local, faz concurso para ingresso e algumas
vagas são sorteadas pela Secretaria de Educação. Existe uma fila de espera de
cerca de 2000 alunos!
DISCIPLINA DOS ALUNOS E DA GESTÃO
É perceptível que o ponto alto do
projeto é a gestão, além da disciplina dos alunos, os quais, por sinal, são muito
orgulhosos de estudarem lá. Segundo o Comandante, todo militar é preparado
desde a academia para atuar como gestor de uma unidade operacional, quartel
etc. Os militares ficam na área administrativa e disciplinar, deixando os
professores livres para lecionar e preparar suas aulas. A eficiência
administrativa mostra resultados surpreendentes, o que permite fazer mais com
menos recursos. A evasão escolar fica próxima de zero, casos de repetência são
poucos considerado o número de alunos, pois os alunos que têm dificuldades no
aprendizado recebem reforço no contra turno por professores contratados pela
APAM.
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
Com um olhar sempre voltado para a
educação especial e inclusiva, a Associação dos Monitores de Gestão Educacional
do Distrito Federal (AMO-DF), representada por seu presidente, Paulo César
Santos, questionou sobre o tratamento dado aos alunos com necessidades
educacionais especiais. Em resposta, foi informado que as escolas não excluem
alunos especiais. Ao contrário, a escola dá o suporte necessário por meio dos
profissionais de apoio, do trabalho desenvolvido no Centro de Apoio aos Alunos
com Necessidades Educacionais Especiais CAEE, na Coordenação de Ensino Especial
- CEE, além da condução do trabalho voltado para o pleno acolhimento.
APAM ATUANTE E SERVIÇO ININTERRUPTO
A Associação de Pais e Mestres da
escola é, sem dúvida, uma razão da prosperidade da escola. Cada pai de aluno
paga uma contribuição mensal de R$ 120, a 140,00, o que permite fazer uma
revolução em termos de aquisição de material e na infraestrutura. Os pais
contribuem porque há transparência e comprometimento com o funcionamento da
escola. Quem não pode pagar é isentado da taxa. Todas as salas são equipadas
com aparelhos de ar condicionado, recursos multimídias, com telas retráteis
automáticas, relógios digitais. Os professores chegam apenas com seus pen
drives e têm à disposição computador e projetor, sem precisar agendar o uso! A
escola conta com um gerador de energia capaz de sustentar as necessidades
durante muito tempo em caso de falta de energia elétrica. Em 14 anos,
jamais tiveram um dia sequer sem aula!
A ESCOLA VAI ALÉM DO ENSINO DO
CURRÍCULO
O Colégio também é destaque em
competições esportivas e olimpíadas do conhecimento, características que muitas
escolas privadas de lá e daqui estão longe de ter. O colégio orgulha-se de tantas medalhas e troféus conquistados por
seus alunos, que são campeões em várias modalidades de esportivas. Somente dos
Jogos da Primavera, a escola é campeã há 10 anos. Além das aulas regulares de
educação física, existe uma escola de esportes de excelência que é sustentada
pela APAM com professores contratados para darem aula nas mais diversas áreas
do esporte. Isso é mais um incentivo para os pais manterem a sua contribuição.
OUTRA INICIATIVA MAIS RECENTE
Fomos, também, conhecer outra
unidade escolar, Colégio da Polícia Militar de
Goiás - Unidade Arlindo Costa, com características semelhantes às nossas
escolas, que foi militarizada há apenas 1 ano. Encontramos uma outra realidade.
Os pais não contribuem ainda como os pais da outra escola. Na Cesar Toledo foi
assim no início. Por essa razão, a escola está fazendo o que é possível com os
parcos recursos vindos do governo e com as contribuições de cerca de 40% dos
pais. Porém, sem dúvida nenhuma, a equipe está confiante e tem a mesma
disposição para o trabalho. É uma escola inclusiva e conta com tradutores de
libras para seus alunos, certamente um diferencial.
Para Luis Claudio Megiorin,
Presidente da Aspa e Conselheiro do CEDF, que ficou encantado com a escola de
Anápolis, a parceria cívico-militar aqui no DF tem tudo para dar certo. Falou
que nosso alvo é chegar ao nível da escola visitada. Segundo o advogado basta
apenas o empenho do Governador Ibaneis Rocha, pois o apoio irrestrito da
maioria dos pais de alunos ele poderá contar. Também poderá contar com o MEC,
que já conta com uma Secretaria Especial que facilitará o processo de transformação
de algumas escolas para o modelo militar. Megiorin pensa que o projeto pode ser
implantado não somente em áreas de vulnerabilidades social, mas em escolas do Plano
Piloto e outras cidades que atendem estudantes que vivem nessas áreas. “Quem
sabe as Forças Armadas, que sempre ajudam em situação de caos no Brasil, também
poderão ajudar os Estados e Municípios e o DF nessa empreitada atuando quando a
Polícia Militar não conseguir atuar”, concluiu.
ASPA-DF
CONFIRA MAIS NO SITE DA ESCOLA>
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