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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

VISITA AO COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR DR. CESAR TOLEDO EM ANÁPOLIS - GO


Colégios Militares, o sonho de consumo de muitos pais, agora serão acessíveis às classes sociais mais baixas!


Não dá para negar que boa parte dos pais de alunos das escolas públicas e privada gostaria que tivessem mais colégios militares acessíveis. Entretanto, nosso modelo clássico, o Colégio Militar de Brasília - CMB, é preferencialmente destinado a filhos de militares e as poucas vagas remanescentes são mais disputadas que exame de vestibulares. Não são poucos pais da classe média e alta que gastam com cursinhos preparatórios na tentativa de que seus filhos consigam ingressar no CMB, mesmo que para isso seus filhos tenham que repetir um ano de estudos. A primeira chance de prova é para ingressar no 6º ano do fundamental II, mas se não passar, o aluno pode tentar novamente no ano seguinte (respeitado o limite de idade do edital do concurso). Passando, será admitido para cursar o 6º ano (ou seja, irá refazer a série já frequentada em outro colégio). A próxima chance será para entrar no 1º do Médio, onde o número de vagas para o certame é ainda menor.

Para alunos da classe social mais baixa é quase impossível tentar uma vaga no CMB, pois os pais não têm dinheiro para pagar um cursinho ou uma escola preparatória. No entanto, estamos vivendo uma onda de militarização de escolas em vários estados. O Governo Federal criou uma secretaria especial no MEC para facilitar a transformação de algumas escolas públicas. No DF, o GDF já está colocando em prática esse modelo, inicialmente, em 4 escolas. Mas não para por aí, um grupo de escolas privadas está abrindo mão de parte de sua proposta pedagógica e de seus nomes de fantasia, assumindo o projeto de militarização, sob a denominação de Colégio Militar Duque de Caxias. O melhor de tudo é que as mensalidades são bem acessíveis, cerca de R$600,00!

No dia 22 de fevereiro, o Presidente da ASPA-DF, o advogado Luis Claudio Megiorin, Conselheiro do CEDF, representando também o Presidente do Conselho de Educação do DF - CEDF, Prof. Mário Sérgio Mafra, visitou o Colégio Militar Dr. Cesar Toledo, em Anápolis, com uma comitiva da PMDF, SEDF, a Presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas do DF -ASDEP-DF, Professora Gicileide Oliveira, e o Presidente da Associação de Monitores das Escolas Públicas do DF – AMO-DF, o advogado e funcionário da SEDF Dr. Paulo Santos e o Prof. Mauro Oliveira Assessor Especial da SEDF que representou o Secretário de Educação Rafael Parente.





Megiorin, Profa. Gicileide ASDEP-DF e Paulo Santos - AMO-DF
A Presidente da ASDEP-DF, Professora Gicileide, experiente diretora de escola, assim como todos nós, ficou surpresa com o melhor colégio público de Goiás, atualmente com cerca de 2.200 alunos, nos três turnos e que foi militarizado há 14 anos. O Colégio está com nota 7.5 no IDEB. A Instituição funciona com a parceria da Polícia Militar e com apoio de uma dinâmica Associação de Pais e Mestres.

A Presidente da ASDEP-DF, que é Vice-Diretora do Centro de Ensino Especial 01 do Guará, teve uma excelente impressão da gestão do projeto e ficou muito animada: “Vimos uma escola com uma ótima estrutura física e com excelentes resultados pedagógicos. A disciplina é considerada como ponto forte para se chegar aos resultados obtidos. O comandante deixou bem claro que a parceria é bem salutar, uma vez que as decisões são tomadas em conjunto e nada se faz sem o aval da coordenadora geral que tem a mesma função de um diretor de escola da rede pública. Saí otimista, mas é preciso debater com a comunidade esclarecendo como será a gestão compartilhada. Ouvi falas de professores que tem orgulho de trabalhar na instituição. Fiz uma entrevista com um grupo de  estudantes sobre a rotina do dia a dia e pelas respostas dadas demostraram que estavam satisfeitas em fazer parte da escola”, complementou.

A ESCOLA TRANSFORMANDO VIDAS E O ENTORNO

A escola, há 14 anos, era um caos. A sua história não é diferente de muitas
Prédio residencial de alto padrão construído próximo à escola.
Algo impensável há 14 anos!
escolas do DF, principalmente aquelas em área de alta vulnerabilidade social. Depredada com estrutura precária, sem muros, apenas cercas de arames, instalada numa área pobre e com alto índice de violência. Hoje, a vizinhança orgulha-se de ter uma escola como essa. O valor dos imóveis triplicou e o comércio foi revitalizado. Um prédio de apartamentos foi erigido no bairro, algo impensável à época. O bairro está mais seguro. A escola cumpre com seu papel social plenamente, além de transformar a vida e história dos seus alunos, transforma todo o seu entorno e vai além. Autoridades educacionais de todo o país vem visitar esse exemplo e orgulho do Estado de Goiás.

O Diretor da unidade escolar, o Tenente Coronel Luciano, ressaltou que um dos motivos do sucesso da escola é que não há corrupção e nem desvio de verbas. Ouvimos falas de professores que têm orgulho de trabalharem nesse modelo de ensino, pois são respeitados pelos alunos, pais e militares. Não existe rotatividade de professores naquela escola, só saem de lá quando são aposentados e alguns voltam a trabalhar em regime celetista, contratados pela APAM.

Atualmente, a PMGO conta com cerca de 60 escolas militarizadas, não tem mais por falta de efetivo, mas a demanda é crescente e a pressão para ingressar na escola de Anápolis é enorme. A escola já não atende mais à comunidade local, faz concurso para ingresso e algumas vagas são sorteadas pela Secretaria de Educação. Existe uma fila de espera de cerca de 2000 alunos!

DISCIPLINA DOS ALUNOS E DA GESTÃO

É perceptível que o ponto alto do projeto é a gestão, além da disciplina dos alunos, os quais, por sinal, são muito orgulhosos de estudarem lá. Segundo o Comandante, todo militar é preparado desde a academia para atuar como gestor de uma unidade operacional, quartel etc. Os militares ficam na área administrativa e disciplinar, deixando os professores livres para lecionar e preparar suas aulas. A eficiência administrativa mostra resultados surpreendentes, o que permite fazer mais com menos recursos. A evasão escolar fica próxima de zero, casos de repetência são poucos considerado o número de alunos, pois os alunos que têm dificuldades no aprendizado recebem reforço no contra turno por professores contratados pela APAM.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

Com um olhar sempre voltado para a educação especial e inclusiva, a Associação dos Monitores de Gestão Educacional do Distrito Federal (AMO-DF), representada por seu presidente, Paulo César Santos, questionou sobre o tratamento dado aos alunos com necessidades educacionais especiais. Em resposta, foi informado que as escolas não excluem alunos especiais. Ao contrário, a escola dá o suporte necessário por meio dos profissionais de apoio, do trabalho desenvolvido no Centro de Apoio aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais CAEE, na Coordenação de Ensino Especial - CEE, além da condução do trabalho voltado para o pleno acolhimento.

APAM ATUANTE E SERVIÇO ININTERRUPTO

A Associação de Pais e Mestres da escola é, sem dúvida, uma razão da prosperidade da escola. Cada pai de aluno paga uma contribuição mensal de R$ 120, a 140,00, o que permite fazer uma revolução em termos de aquisição de material e na infraestrutura. Os pais contribuem porque há transparência e comprometimento com o funcionamento da escola. Quem não pode pagar é isentado da taxa. Todas as salas são equipadas com aparelhos de ar condicionado, recursos multimídias, com telas retráteis automáticas, relógios digitais. Os professores chegam apenas com seus pen drives e têm à disposição computador e projetor, sem precisar agendar o uso! A escola conta com um gerador de energia capaz de sustentar as necessidades durante muito tempo em caso de falta de energia elétrica. Em 14 anos, jamais tiveram um dia sequer sem aula!

A ESCOLA VAI ALÉM DO ENSINO DO CURRÍCULO

O Colégio também é destaque em competições esportivas e olimpíadas do conhecimento, características que muitas escolas privadas de lá e daqui estão longe de ter. O colégio orgulha-se  de tantas medalhas e troféus conquistados por seus alunos, que são campeões em várias modalidades de esportivas. Somente dos Jogos da Primavera, a escola é campeã há 10 anos. Além das aulas regulares de educação física, existe uma escola de esportes de excelência que é sustentada pela APAM com professores contratados para darem aula nas mais diversas áreas do esporte. Isso é mais um incentivo para os pais manterem a sua contribuição.

OUTRA INICIATIVA MAIS RECENTE

Fomos, também, conhecer outra unidade escolar, Colégio da Polícia Militar de Goiás - Unidade Arlindo Costa, com características semelhantes às nossas escolas, que foi militarizada há apenas 1 ano. Encontramos uma outra realidade. Os pais não contribuem ainda como os pais da outra escola. Na Cesar Toledo foi assim no início. Por essa razão, a escola está fazendo o que é possível com os parcos recursos vindos do governo e com as contribuições de cerca de 40% dos pais. Porém, sem dúvida nenhuma, a equipe está confiante e tem a mesma disposição para o trabalho. É uma escola inclusiva e conta com tradutores de libras para seus alunos, certamente um diferencial. 

Para Luis Claudio Megiorin, Presidente da Aspa e Conselheiro do CEDF, que ficou encantado com a escola de Anápolis, a parceria cívico-militar aqui no DF tem tudo para dar certo. Falou que nosso alvo é chegar ao nível da escola visitada. Segundo o advogado basta apenas o empenho do Governador Ibaneis Rocha, pois o apoio irrestrito da maioria dos pais de alunos ele poderá contar. Também poderá contar com o MEC, que já conta com uma Secretaria Especial que facilitará o processo de transformação de algumas escolas para o modelo militar. Megiorin pensa que o projeto pode ser implantado não somente em áreas de vulnerabilidades social, mas em escolas do Plano Piloto e outras cidades que atendem estudantes que vivem nessas áreas. “Quem sabe as Forças Armadas, que sempre ajudam em situação de caos no Brasil, também poderão ajudar os Estados e Municípios e o DF nessa empreitada atuando quando a Polícia Militar não conseguir atuar”, concluiu.

ASPA-DF

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