quinta-feira, 13 de setembro de 2018

STF NEGA O DIREITO À EDUCAÇÃO DOMICILIAR (HOMESCHOOLING)


COM A PALAVRA O CONGRESSO NACIONAL!


Ontem, dia 13 de setembro, houve no STF uma intensa discussão sobre o direito dos pais educarem seus filhos em casa. Na realidade, verificamos mais que uma sessão de julgamento, para alguns ministros foi um momento de discursos (votos) políticos/ideológicos. O Min. Gilmar Mendes chegou a insinuar que dois candidatos “que querem acabar com a escola” (certamente Bolsonaro e Amoedo, por serem liberais), se fossem eleitos atenderiam a esse pleito.





Na verdade, o STF não declarou a inconstitucionalidade da Educação Domiciliar- ED, mas se negou a conceder o direito aos pais adeptos à modalidade de ensino, alegando que não há lei para regulamentá-la. Assim, a questão agora passa a ser pautada pelos candidatos mais liberais e de direita para que, sendo eleitos, possam impulsionar os projetos em tramitação no Congresso Nacional-CN a esse respeito.

Quem ganha com essa negativa são esses candidatos que, a partir de agora, têm ao seu lado um exército de cerca de 6 mil famílias (que praticam a ED) e mais cerca de 25% do eleitorado evangélico, somado a um número inestimável de católicos que apoiam a proposta.

Caso o STF tivesse liberado os pais para adotarem a ED, temos a certeza que ficaria a cargo do Conselho Nacional de Educação - CNE a regulamentação, o que seria temerário, pois o CNE é composto por educadores contrários à ED. Assim, a regulamentação poderia correr risco de engessar a modalidade e impor aos pais uma pesada carga de obrigações que nem as escolas regulares obedecem.

Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Passou do tempo do CN votar uma Proposta de Emenda Constitucional - PEC, a fim de inserir no texto da Constituição a possibilidade dessa modalidade de ensino, antes que uma Lei seja votada às pressas, correndo risco de ser considerada inconstitucional, como já sinalizaram alguns ministros do STF.  

Notamos muita desinformação e má vontade dos Srs. Ministros do STF. Os EUA, onde a ED é forte e nossa maior fonte de inspiração, conta com cerca de 325 milhões de habitantes contra 207,7 milhões do Brasil, a ED é praticada por cerca de menos 4% de famílias. Atualmente, no Brasil, são apenas 6 mil famílias, segundo dados da ANED. Na América, há uma gradação de regulamentação da ED, que depende do Estado, vai dos mais liberais que bastam os pais declararem que a criança está em regime de ED e sequer há aferição do conhecimento, até outros que impõem uma série de obrigações, como aferição de conhecimento e até eventuais inspeções pelo Estado.

Via de regra, as famílias, tanto lá quanto aqui no Brasil, são compostas por pais com nível de escolaridade bem altos, em que pese alguns defensores da ED negarem que isso seja pré-requisito, até porque nos EUA as famílias contam com uma estrutura, tais como vídeo aulas sistematizados, na forma de Ensino a Distância EAD. No Brasil, já começam a existir plataformas de EAD que podem auxiliar os pais nesse sentido. Além disso, o currículo nacional, a BNCC, servirá de norte para os pais adotarem a ED. Está tudo pronto para se implantar o Ensino Domiciliar no Brasil. Com a palavra os candidatos e o Congresso Nacional.


Luis Claudio Megiorin
Presidente da ASPA-DF, Presidente da Comissão de Educação da OAB-DF e Membro do Conselho de Educação do DF.

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