Passar para uma faculdade de
excelência como o ITA e IME, as poucas que ainda existem, além de algumas faculdades
de medicina, agora passou a ser uma loteria!
Por essa razão, um alerta que fazemos aos pais é que dosem a cobrança e a
pressão sobre seus filhos, pois nem sempre não passar é uma questão de não ter
estudado o suficiente. Na verdade, é uma questão matemática e de probabilidade.
Inegável que o sistema de cotas, em
alguma medida, ajuda a reparar algumas questões históricas, mas não seria tão
injusto para com os alunos não cotistas e para as boas faculdades se os alunos
cotistas tivessem uma educação pública e privada de qualidade (quase nunca estudar
numa escola privada é sinônimo de aprovação).
Entretanto, agora as escolas
conteudistas ganham maior importância, pois se o interesse do seu filho for uma
dessas instituições não existe milagre, mas trabalho extra duro, pois a
concorrência vai aumentar de forma muito desproporcional, pois a régua da
competição será abaixada para permitir que alunos menos preparados consigam
galgar uma vaga nessas instituições.
É urgente e preciso elevar o nível
de preparo das escolas, tanto públicas quanto privadas para não afetar também a
qualidade do ensino superior. A formação continuada dos professores deve ser o
maior alvo antes de se pensar em melhoria salarial, mas esta tem que vir também
para os professores de acordo com sua formação e seus desempenhos. A cobrança por
resultados e consequente premiação (meritocracia) da categoria deve ser
incentivada.
Infelizmente a reforma do ensino
médio não será uma realidade em médio prazo. Isso porque o momento político em
que se deu e o forte corporativismo de educadores impedem que tenhamos uma
reforma do currículo com enxugamento de conteúdos, como ocorre e países de
primeiro mundo, onde o foco é sempre nas habilidades e competências do
estudante.
Enfim, o jeito então será o
estudante continuar a encarar os 13 componentes curriculares e morrer de
estudar, para participar de uma prova desigual, esperando que a sorte, a
probabilidade e pequenos deslizes de candidatos fortes os façam acertar na
loteria e alcançar uma vaga em uma universidade menos aparelhada politicamente e
de renome.
Luis Claudio Megiorin
Advogado, Presidente da ASPA-DF, Presidente da Comissão de Educação da
OAB-DF e membro do Conselho de Educação do DF.
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