NA ESCOLA PÚBLICA PODE TUDO? VALE TUDO?
A
matéria do Portal Metrópoles, do dia 10/05/2018, apresentou a vulnerabilidade que
os alunos das escolas públicas estão expostos. Uma peça teatral, apresentada a
crianças de 12 a 14 anos no CEF 03 de Planaltina, com forte apelo sexual,
causou indignação aos pais e à sociedade.
Quais os limites que as escolas têm em expor as crianças e adolescentes
à determinados conteúdos de aulas e exibições teatrais daquilo que os pais não querem que esse
público seja exposto? Parece que em muitas escolas a estupidez humana não tem
limites. Em nome do currículo e com uma pretensa pedagogia de salvar os
adolescentes de doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs, pode tudo.
Em algumas escolas privadas também
o bom senso às vezes parece passar bem longe dos seus portões. Na semana
passada, participamos de uma entrevista na rádio CBN sobre um fato que ocorreu
em uma das unidades dos colégios Alub. Em uma gincana muito mal elaborada,
alunos adolescentes foram estimulados a comerem: alho, cebola e limão crus. A
ingestão desses alimentos gerou uma reação gástrica óbvia! Para os professores
e organizadores de uma gincana como essa, que têm ao menos dois neurônios
funcionando, saberiam que a brincadeira poderia não ser boa, como não foi.
Isso
expõe o fato de que, na escola pública, vemos um preconceito e uma estigmatização,
por parte dos docentes, quantos aos estudantes que estão, principalmente, em
área de vulnerabilidade social. Muitos educadores generalizam e pensam que todos já
perderam a virgindade da mente e estão expostos a todo tipo de pornografia e atividade
sexual precoce, daí acham que podem abordar as questões sexuais de qualquer
maneira sem sequer fazer um filtro etário! Então, todo tipo de lixo cultural é
despejado sem o mínimo de bom senso nesse público, vulnerabilizando-o ainda
mais.
Fosse
numa escola privada os gestores pensariam duas vezes, pois a escola poderia
perder alunos, mas na escola pública, a maioria dos alunos é hipossuficiente e
não tem alternativa de troca de escola, daí muitos educadores empurrarem, goela
abaixo, o que querem aos estudantes, como se seus pai, e nós da sociedade, não
estivéssemos pagando pela escola com nossos impostos. Muitos docentes às vezes
agem como se estivessem fazendo um favor à sociedade!
Ora, se o problema é o Currículo em
Movimento, que se mude. Mas talvez seja a interpretação do Currículo escolar
que esteja errada, pois os professores pensam que a liberdade de cátedra lhes
permite falar sobre tudo e de qualquer maneira. A questionável Lei de Gestão Democrática impingiu esse
Currículo que, dizem, tem sido uma construção coletiva da comunidade escolar. Claro
que na prática não é bem assim, pois o peso político da vontade dos gestores e
dos docentes é infinitamente maior que dos pais de alunos e alunos, que embora
estejam em maior número, não têm espaço nas discussões, pois nunca os pais são
ouvidos enquanto segmento importante.
O fato grotesco que ocorreu no CEF
03 expôs a incompetência da equipe gestora de verificar a classificação indicativa
e ter, ao menos, a diligência de que a performance fosse explicada antes de ser
apresentada, conforme a própria Diretora da unidade escolar confessou, ao Metrópoles,
ter sido pega de surpresa! Na
verdade, os pais de alunos foram pegos de surpresa, os quais também têm
sua parcela de culpa, por não irem à escola para pedir esclarecimentos da
pretensa atividade pedagógica que iria ocorrer para falar das DSTs e como ela
seria desenvolvida! Também foram pegos de surpresa os contribuintes que bancam
os salários dos professores do CEF 03 de Planaltina e não aceitam que a escola e
nenhuma outra tenham pessoas despreparadas para resguardar a integridade física
e moral dos seus estudantes.
Diante desse fato, a ASPA-DF
representará, ainda hoje, contra a Diretora e a equipe gestora, bem como contra
os professores envolvidos na atividade da unidade escolar aos quais competiam
zelar pelo evento fazer a classificação indicativa que foi apresentada para crianças
de 12 a 14 anos de idade que estavam presentes. Esperamos que a Representação
junto ao MPDFT/PROEDUC e da PROMOTORIA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE sirva de
lição para “educadores” que estão precisando de limites. Na escola pública NÃO pode tudo
e não vale tudo!
Luis Claudio Megiorin
Advogado e Presidente da ASPA-DF
Parabéns ao pessoal da ASPA pela inciativa nobre. Apoio totalmente !
ResponderExcluirNão podemos aceitar que "professores" façam da escola um lugar de disseminação promiscuidade usando os filhos de outrem.
A sexualidade é responsabilidade dos pais.
Muito importante a postura de combatividade da ASPA. Parabéns!
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