PISA, A EDUCAÇÃO
BRASILEIRA E DO DF DE MAL A PIOR
Que a educação no Brasil é um
trabalho de Sísifo*, isso não resta a menor dúvida. Em nenhum Estado brasileiro a educação é um
programa de Estado, mas de governos. Entra governo, sai governo e a “pedra” é
rolada e, mal chega na metade do caminho, rola morro abaixo e alguém tem que
começar tudo de novo. Vejo isso com a nitidez de quem é um “outsider” da educação, um mero pai de
aluno, representante dos contribuintes que investem alto na educação pública e
privada.
Quando no mesmo governo não se mudam
os secretários de educação, a sabor das exigências dos sindicatos dos
professores, já é uma vitória. No governo passado do DF, por exemplo, foram ao
todo três secretários, só não foram mais pois o governo só durou 4 anos. No
MEC, no governo passado, foram cerca de uma dúzia de Ministros! A Pátria
Educadora não passou de um lapso verbal!
Agora vem o resultado do PISA 2015 para nos avermelhar o rosto de vergonha e
raiva. O DF, muito embora esteja mal na educação, saiu-se um pouco melhor na
média nacional nas áreas de Ciências e
Matemática. Isso está longe de ser motivo de orgulho e comemoração, mas mostra que se o DF não
for uma referência na educação nacional, qual Estado será?
Isso porque o DF, que tem características híbridas
de Estado e Município, reúne condições ótimas para ser um exemplo para o resto
do país: temos os professores mais bem remunerados do Brasil, mais bem
preparados em termos de formação continuada, temos a menor rede de ensino e a
própria organização urbana favorece a circulação de alunos. Mas por que não temos
a melhor educação do Brasil? Essa é uma resposta que temos que tentar descobrir.
Infelizmente, não gosto de ser
pessimista, juro que tento, ao máximo, mudar essa minha característica, cujos
fatos políticos e econômicos me esbofeteiam há cada ano e somente reforçam esse
meu lado cético!
O resultado do PISA, divulgado hoje
na imprensa, faz rolar a pedra morro abaixo, mais uma vez, pois o Brasil caiu
no ranking mundial de educação em ciências, leitura e matemática. Entretanto,
serei otimista desta vez, pois a educação Brasileira ainda não está no último
lugar, no ranking dos 70 países da OCDE. Ainda não estamos no fundo do poço! Nosso país ficou
na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em
matemática!!!
Mas a notícia ruim não para por aqui.
A nossa economia não nos permite sonhar com dias melhores. Com os cortes
bilionários, na ordem de 13 bilhões, realizados ainda no governo da “Pátria
Educadora” e consequente desmoronamento da economia, as previsões de melhoras serão a longuíssimo prazo. O jeito é continuar rolando a pedra morro acima! Enquanto
isso a Singapura se mantém no topo do ranking e investe pesado na educação privada
no Brasil e aqui no DF!
Luis Claudio Megiorin, advogado, Presidente
da ASPA-DF e Conselheiro no Conselho de Educação do DF.
*Personagem da mitologia grega, Sísifo
foi condenado pelos deuses e o seu
castigo na terra dos mortos era empurrar uma pedra até o lugar mais alto
da montanha, de onde ela rolava de volta tendo ele que recomeçar todo esforço
novamente.
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