ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DO DF NÃO SAEM BEM NO IDEB!
O Ministro de Educação, Mendonça
Filho, afirmou nesta quinta-feira a necessidade de mudança no currículo do Ensino
Médio, ao comentar o fiasco nos índices do Ideb. “Infelizmente, o Brasil está
mal. Não é algo que a gente possa celebrar. Estamos muito distantes da educação
de qualidade", admitiu Mendonça Filho, salientando que irá reforçar junto
ao Congresso Nacional a aprovação de um projeto de lei que prevê uma
reformulação do currículo do Ensino Médio.”
Sim, o Ensino Médio continua sendo um
dos gargalos de nossa educação, segundo
os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015,
divulgados nesta quinta-feira pelo INEP. Entretanto, a sua reformulação não será
a panaceia para a solução dos
vergonhosos índices apontados pelo INEP na educação básica.
O Ensino Médio é ruim porque o
ensino básico também é, como aponta a pesquisa. Como esperar um bom desempenho
dos estudantes se as escolas públicas, e boa parte das particulares, não formam
bem os alunos no fundamental, principalmente em português e matemática?
A reformulação do Ensino Médio é premente,
pois não dá para esperar um excelente desempenho de todos os alunos em todas as
cerca de 19 matérias! Mas é preciso se ter em mente que, antes de diminuir as
matérias do EM, é preciso investir pesadamente em cursos técnicos, pois o funil
das faculdades se estreitará ainda mais. Até o momento, particularmente, não
ouvi de nenhuma universidade que, em contrapartida, abaixará o nível de
exigência para ingresso no ensino superior.
“O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador de
desempenho da educação brasileira divulgado a cada dois anos pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia
do Ministério da Educação (MEC). O Ideb relaciona duas dimensões: o desempenho
dos estudantes em avaliações de larga escala e a taxa aprovação. O desempenho é
calculado a partir da Prova Brasil/Saeb, quando os estudantes do 5º e do 9º ano
do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino médio são avaliados em Leitura e
Matemática. Os dados de aprovação são verificados a partir do Censo Escolar da
educação Básico, realizado anualmente. O Ideb é calculado para escolas e para
sistemas de ensino que monitoram o seu desempenho em relação a metas
individuais pactuadas com o governo federal. O índice varia de 0 a 10: quanto
maior for o desempenho dos alunos e o número de alunos promovidos, maior será o
Ideb.”
Infelizmente, nenhuma escola
pública do DF figura na lista dos DESTAQUES NACIONAIS das melhores escolas do
Brasil. No DF, os índices das escolas públicas em 2015: 5º ano 5.6 mesmo índice de 2013 e 5.4 respectivamente 2011 e 2009. 9º ano 4.0 em 2015, 3.9 em 2013,
2011 e 2009.
Já as escolas privadas do DF também
não se saíram bem. Ficaram na média de 7.1 no 5º ano, 6.0 no 9º ano e 5.6 no 3º ano do Ensino Medio. Isso mostra que estamos muito aquém, no
setor privado, dos destaques nacionais de escolas públicas alcançados em 2015,
cuja pontuação chegou a 9,8 na Escola da Rede municipal, Emilio Sendim -
Sobral/CE.
Detalhe a ser notado é que na rede
pública a coleta de dados realizada através da Prova Brasil e feita
censitariamente (todos os alunos nos finais dos 5ºs e 9ºs anos do Fundamental e
dos 3ºs anos do Ensino Médio participam da prova). Já na rede privada, a prova
é feita por amostragem, o que pode esconder dados ainda mais relevantes. Em outras
palavras, há maior transparência no Setor Público e muito menos no Setor Privado,
ou seja, os pais das escolas privadas estão investindo no escuro.
Por outro lado, não basta matricular
os filhos em uma escola privada e achar que o ensino é bem melhor. Das 473
escolas particulares registradas na SEDF, somente cerca de 20 delas são escolas
de médio e grande porte e com qualidade de média para muito boa, entretanto,
faltam-nos dados para uma avaliação melhor.
Em 2011, fomos
até o INEP pedir que a Prova Brasil fosse estendida aos alunos das escolas privadas
de forma censitária e não por amostragem, mas, 5 anos após, ainda estamos
na mesma, sem nenhuma resposta do INEP.
Agora com o orçamento apertado, dificilmente a prova será aplicada aos alunos
da rede privada, muito embora entenda que seja interesse do INEP ampliar a
transparência.
Se no setor da educação pública
temos desafios pela frente, no privado os dados sugerem também haver desafios
para que a rede siga avançando nas próximas edições do Ideb, essa foi a
conclusão do Resumo
Tecnico, pg. 46 e 47. Assim, entendemos que nosso foco deve ser na melhoria
da qualidade do ensino público, pois quando esse melhorar sua qualidade puxará
para cima a qualidade das escolas particulares como um todo.
Luis Claudio Megiorin, Presidente da Aspa-DF e Conselheiro no Conselho de Educação do DF - CEDF
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