ESTAMOS EM ESTADO DE GUERRA
Pais: preparem-se para levar e buscar seus filhos adolescentes à escola!
Foto Gab. Dep. Reginaldo Veras - Aud. Pública 22/05/2015 Ontem, o Presidente da ASPA, o advogado Luis Claudio Megiorin, participou da Audiência Pública na Câmara Legislativa, a convite do Deputado Professor Reginaldo Veras, para discutir a segurança no perímetro escolar. |
Na audiência, estavam presentes,
além do Comte. do Batalhão Escolar, representantes da Secretaria de Segurança,
da Educação e dos sindicatos dos professores e das escolas privadas.
Foram relembrados aos presentes
pelo Presidente da Comissão de Educação, Veras, os últimos acontecimentos de violência
nas escolas e adjacências, tais como: o esfaqueamento do adolescente de 14 anos por
um delinquente de 15 anos. A vítima estava a caminho da escola na 914 Norte. O
Deputado lembrou ainda de outros fatos recentes ocorridos nas escolas públicas
e privadas do DF.
Houve relatos chocantes de professores
e gestores de escolas que estão sob ameaça de delinquentes, que transformaram
as suas escolas em trincheiras para o crime e tráfico de drogas. Outro exemplo
citado foi o da escola do Paranoá onde a polícia realizou uma operação
varredura, relatados na reportagem do G1. A operação, que conta com apoio da ASPA e do
MPDFT, com revista coletiva dos alunos, foi necessária devido ao relato da
direção da escola que gangues rivais estavam agindo naquela escola.
Segundo Megiorin, o que mais chocou
foi ver que os sindicatos dos professores falaram contra a operação da polícia
na escola. “Foi, no mínimo, curiosa a postura sindical com manifestação tão
veemente que vai de encontro à ação tão ansiada da comunidade escolar por mais segurança
nas escolas”. Megiorin lembrou ainda, em sua fala, que não é função do
professor o enfrentamento da criminalidade, isso é função da polícia, ponderou.
O presidente da ASPA elogiou a atuação do Batalhão escolar e da
Polícia Militar do DF que, em sua opinião, é sem dúvida, a polícia mais
preparada e ética do País. O Deputado Reginaldo Veras foi além, dizendo que o
Batalhão Escolar deveria fazer parte da estrutura da Educação do DF, pois é,
antes de tudo, uma polícia especializada
que promove um policiamento diferenciado com programas educativos e amplo
diálogo com a comunidade escolar.
Infelizmente, para Megiorin, a violência
tende a aumentar em proporções exponenciais e que o Governador atual não pode
responder por todos os governos anteriores que não fizeram o dever de casa para
promover ações de enfrentamento da violência.
Entretanto, ponderou que o governo
não pode ficar parado, tem que agir concentrando o policiamento nas adjacências
das escolas, criando um corredor, zona de exclusão de abordagem de criminoso,
pois “a violência chegou e se instalou onde jamais deveria ter chegado, nas
escolas”, enfatizou.
DESAFIOS PARA O GOVERNO ROLLEMBERG
O temor de que a violência não
cessará a curto e médio prazo está fundamentado, segundo o advogado presidente da
ASPA, em três fatos inexoráveis:
1) O BNMP Banco
Nacional de Mandados de Prisão só no DF, possui 8.360 mandados de prisão para serem cumpridos!
Infelizmente não temos esses dados quanto aos menores infratores;
2) Não
existem vagas nos presídios e nas
unidades socioeducativas para pôr mais gente presa;
3) Em busca de vagas, o Judiciário e CNJ promovem
rodízios de presos e de menores internados para tentar cumprir os mandados de prisão
mais antigos;
4) Cerca de
90% dos crimes e atos infracionais são cometidos por reincidentes;
5) Os sistemas
penal e socioeducativos não têm capacidade de ressocializarem seus detentos.
Assim, invariavelmente, os que são soltos, amparados pelas benesses das
legislações penal e socioeducativa, não são merecedores do convívio em
sociedade.
SISTEMA SOCIOEDUCATIVO E RESSOCIALIZAÇÃO
Um dos maiores desafios de
Rollemberg será fazer com que o sistema socioeducativo funcione
intersetorialmente envolvendo tosos os órgãos da estrutura do Governo de
Brasília. A escola de uma unidade socioeducativa está tão doente e em condições
piores que a escola que falhou em sua missão de educar os adolescentes que lá estão
recolhidos.
Os professores que trabalham nas
unidades socioeducativas são ainda mais sobrecarregados. A gratificação que recebem
mal dá para cobrir os custos com antidepressivos. Não há formação continuada
nem apoio médico/psicológico para esses docentes. Megiorin lembrou ainda
trabalhou para que o Plano Distrital de Educação – PDE fizesse constar esses
pontos em suas metas. (Meta 21
Estratégias 21.9 e 21.10).
Quando um
menor infrator está em qualquer modalidade de liberdade, ele é obrigado a
frequentar a escola regular. Aí começa outro problema: em geral, os alunos não querem nada com os estudos e vão
para a escola apenas para fomentar a sua rede de tráfico de drogas e outros
delitos.
O presidente da ASPA falou que com essa realidade a conta
não fecha, pois a polícia e o MP estão enxugando gelo. O trabalho da polícia é
sísifo e assim mesmo sofre críticas pontuais de setores da sociedade. Megiorin
disse que é um contrassenso exigir a ação da polícia e quando ela age reclamar.
O Deputado Reginaldo Veras, entende que algo tem que ser
feito para estancar essa insegurança. Para o Presidente da ASPA, todos os
esforços da segurança têm que estar concentrados na áreas e caminhos que levam
à escola, ao menos nos horários de pico, entrada e saída dos estudantes. Foi questionado ainda o que se entende por perímetro escolar que, na opinão de Megiorin dever ser ampliado.
Já que não se consegue ressocializar e manter os
criminosos e menores infratores contumazes presos, é importante a presença da
polícia, ao menos para espantar os meliantes das adjacências das escolas.
Escola não pode ser ponto de tráfico de drogas e local de reunião de gangues e quadrilhas,
completou Megiorin.
Para o presidente da ASPA o grande desafio será recompor
o Batalhão escolar a números de seu efetivo que era de cerca de 1000 policiais
em 1989 e agora mingou para 1/3, são cerca de 300 policiais. O Comte. do
Batalhão Escolar, TC Júlio Cesar anunciou a chegada à corporação de apenas mais
60 policiais, número insuficiente para o enfrentamento da violência nas escolas
o que foi ponderado pelos participantes da Mesa e da audiência.
Por fim,
esperamos que essa realidade mude, mas enquanto todas as ações de prevenção e
segurança, de melhoria do sistema de ensino e a da desigualdade social não
ocorrerem, é importante que os pais estejam alerta e não deixem seus filhos
irem para a escola sozinhos, em que pese o custo de retardar a independência
dos nossos estudantes, pois é uma medida de segurança. Afinal de contas estamos
em estado de guerra e isso faz toda diferença!
ASPA-DF
#ImpunidadePrecoce
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