Exatamente
como previmos, a Copa do Mundo realizada no Brasil foi um elemento que tirou
nossas crianças e adolescentes do ar. Foram cerca de 30 dias com a Copa na
mente! Enganaram-se os pais que pensavam que o efeito do mundial na cabeça de
seus filhos seria inócuo, pois o extraordinário fascínio pelo futebol e todo
clima envolvido atingiu a todos, até quem não gosta de futebol se envolveu de
alguma maneira.
Experiência própria vivida por
nós, ao perceber que nossa filha de 12 anos, nesse período, não tinha nada além
dos jogos em sua cabeça. Em sua terceira Copa, mas desta vez com capacidade e
interesse em entender cada lance, grudou os olhos nas notícias, comentários e,
além de assistir a todos os jogos pela TV, revia-os e comentava cada fato e lance.
Segunda-feira, finalmente, as
aulas recomeçam nas redes públicas e privadas de ensino. Algumas escolas
privadas do DF que continuaram suas aulas mesmo durante parte da Copa também retornam
às aulas dia 14.
Entretanto, a derrota emblemática
do Brasil para a Alemanha trouxe um elemento surpresa para os estudantes. Lidar
com essa frustração e não deixar que ela atrapalhe os estudos dos filhos deve
ser prioridade dos pais e professores. Esperamos que a primeira semana seja
suficiente para aplacar os ânimos e a tristeza junto aos colegas, pois, certamente,
por um bom tempo essa frustração ficará na cabeça deles.
Muitas escolas continuarão o
conteúdo interrompido e darão provas já em 2 ou 3 semanas. É importante,
portanto, que os alunos sejam incentivados a se recondicionarem e mudarem o
foco de atenção, pois após 30 dias parados e com as emoções à flor da pele essa
será uma tarefa um tanto quanto árdua.
O semestre letivo deve
transcorrer normalmente na rede pública, após a posse de mais de 2000 novos
professores. Esperamos realmente um fim para a falta de docentes que atrapalhou
muitos alunos no primeiro semestre. Aliás, esse foi o pedido da ASPA feito ao
Secretário Marcelo Aguiar em março. (CLIQUE)
ESCOLAS INTEGRAIS
A atenção da ASPA será voltada
para as escolas com ensino integral, pois após a nossa visita a algumas escolas
de Brazlândia, no final do período letivo, verificamos que o sistema implantado
lá no primeiro semestre requer um acompanhamento. Entendemos que essa
iniciativa é fundamental para a melhoria do ensino público e pode servir de paradigma
para o ensino privado, pois muitas escolas já estão de olho no projeto visando
uma oportunidade extraordinária de maximização de lucros.
ENSINO MÉDIO
Outra questão que incomoda aos
pais de alunos é o Ensino Médio, pois até o momento não vimos propostas
concretas para uma reformulação que vá além da mudança do conteúdo ministrado.
Entendemos que apenas 3 anos de curso é muito pouco, a preparação acaba sendo
eminentemente voltada para os vestibulares. Já a preparação para vida fica em
segundo plano.
Isso vai na contramão das
iniciativas de países de primeiro mundo onde a modalidade chega a 5 anos. Lá o
aluno é preparado para vivência acadêmica nos últimos 2 anos ou para a formação
técnica. Uma grande diferença que se pode notar é que nesses países os alunos
não trocam tanto de curso como aqui no Brasil, pois tiveram uma preparação para
escolherem o curso e a vida acadêmica.
O ensino médio, da forma como
está, nada mais é que um cursinho pré-vestibular. O pior de tudo é que algumas
escolas privadas agora investem no sentido de dar todo o conteúdo em apenas 2
anos, ficando o 3º ano para revisão e repisar a matéria. Não sem motivo, muitos
passam no vestibular antes da conclusão do período, que já é curto, e acabam rompendo
com o ciclo do ensino médio de forma precoce. Mas o que esperar de quem já está
pronto, aos olhos do currículo atual? Como reter os alunos sem cercar-lhes o
direito ao avanço? Tudo isso são respostas que ainda não foram dadas pelos
gestores, tanto das escolas públicas quanto das particulares.
Luis Claudio Megiorin
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