Correiro Braziliense, 03/04/2014 Manoela Alcântara e Adriana Bernardes
Agressão até da professora
A
descoberta de que a filha de apenas três anos sofria bullying dos colegas e até
da professora revoltou o servidor público Adalberto Rosa do Nascimento, 51
anos. O choro antes de sair para a escola, a falta de interesse em contar o que
aprendeu no dia despertaram a atenção dos pais. “Todo começo de ano, era
natural ela chorar. Mas só até a adaptação. Mas, depois de dois meses, isso só
piorou. Quando ela entrava na sala, os coleguinhas batiam com a mão na mesa e
gritavam: ‘vai chorar, vai chorar, vai chorar’. Se ela não estava chorando,
começava”, relata Adalberto.
Ele
e a mulher tentaram trocar a menina de sala e até de turno. Não havia turmas
disponíveis para a idade dela. A gota d’água foi quando os familiares presenciaram
a professora fazendo o mesmo que as crianças. “Ela prometeu para a mãe que não
ia chorar. Quando chegou à sala, caladinha, a professora perguntou: ‘você não
vai chorar hoje, não é?’, aí ela começou a chorar. Denunciamos o caso de
bullying na direção e a tiramos da escola. No dia seguinte, a professora estava
demitida. Mas a permanência dela era insustentável”, desabafa o pai da menina.
Faz duas semanas que ela frequenta a nova escola. Mesmo com tudo novo,
professores, amigos e a própria instituição, ela não chora mais. E na volta
para casa, comenta da rotina em sala de aula e voltou a ter prazer em mostrar o
que aprendeu na lição do dia.
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