O QUE OS PAIS DE ALUNOS ESPERAM DO PACTO PELO ENSINO MÉDIO
Parece mesmo que o Brasil é um país
dos “pactos”. Vivemos de pacto em pacto. Invocamos os mortos quando falamos do
que deve ser feito para a melhoria da educação. Em todas as conferências sobre
educação em que nós, pais de alunos, participamos, normalmente ouvimos os
professores e especialistas em educação invocarem frases de Paulo Freire,
Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro.
Esses são os mais lembrados além, é
claro, de outros nomes dos Pioneiros do Manifesto Pela Educação que fez em 2013
o aniversário de 81 anos! Parece que de lá pra cá as coisas só pioraram e o ensino
continua ruim.
Nosso receio é continuarmos nesse
mesmo diapasão, com manifestos, pactos e outras ideais sem efetivamente serem
postas em prática. A teoria e pensamentos ímpares dos precursores da educação
de qualidade são valiosíssimos, mas praticá-los
é fundamental, sob pena de desrespeitarmos a autoridade argumentativa de quem
já se foi. Se nada mudar, em alguns anos, quem mais será lembrado? Os mesmos do
passado?
Quanto ao esforço que o Governo
Federal está empenhando para melhorar o Ensino Médio é fundamental e urgente.
Cercearmos o acesso às universidades de pessoas mais novas por causa do
argumento de falta de maturidade é um absurdo total, pois o sistema é que
produz essa precocidade.
Imaginem só as estratégias que os
especialistas inventaram para que os alunos não cheguem tão cedo no ensino
superior: um exemplo disso é a norma do CNE, data limite, que foi engendrada no
sistema não só para organizar a matrícula no ingresso à escola, mas também com
o fito de impedir a precocidade de entrada no curso superior!
Em países sérios, como o Reino
Unido, onde a educação é prioridade o ensino médio foi alongado em 2 anos,
passando para 5, no total. Ora, em três anos estudam-se as matérias gerais e
nos últimos dois anos tem-se a formação técnica ou preparo para o ingresso na
vida acadêmica, tudo isso precedido de um exame vocacional.
Por essa razão, nos países de
primeiro mundo não se engessa o ingresso à escola, mas se alonga a estada no
ensino médio para que o aluno, caso siga para a universidade, que não é para
todos, chegue lá maduro e com o norte para a vocação acadêmica.
Talvez seja isso que necessitamos.
Ao invés de mandarmos jovens despreparados e sem um teste vocacional para o
curso superior, deveríamos prepará-los e dar a eles formação técnica para que
esse jovem entre mais cedo no mercado de trabalho e depois possa até custear
seus estudos fazendo um aperfeiçoamento do seu ensino técnico.
Além disso, é preciso reavaliar o
currículo do ensino médio para que matérias que não tenham pertinência com a
aptidão dos alunos, ou com seus objetivos, não lhes sejam cobradas nem no vestibular.
Isso, sim, seria relevante a se pensar em uma estratégia para o ensino médio
desde que haja perspectiva de profissionalização. Entendemos que essas são
condições sine qua non para o sucesso
do pacto pelo Ensino Médio!
Luis Claudio Megiorin - Pai de Alunos, advogado, Presidente da ASPA-DF, Membro do FDE - Fórum Distrital de Educação e do FNE - Fórum Nacional de Educação e do Conselho do Fundeb.
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