FÉRIAS ESCOLARES NA COPA DE 2014

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A SEDF bateu o martelo quanto à questão das férias escolares no âmbito das escolas públicas para o próximo ano. Se tínhamos alguma dúvida quanto à questão das férias escolares durante o período da Copa em 2014, agora não temos mais, pois a Copa das Confederações, em um curtíssimo espaço de tempo, somado às manifestações populares nas ruas e o trânsito caótico mostrou um pouco do cenário que possivelmente enfrentaremos na Copa de 2014.

Tememos quanto à segurança e mobilidade na cidade até porque os nossos serviços públicos estarão trabalhando no limite de suas infraestruturas que já são precárias.

Fizemos uma enquete com os pais via E-mail e notamos que os pais estão divididos, muitos criticam a questão de um evento futebolístico ser mais importante que os estudos. Notamos que a maioria dos pais, de diversas escolas, posicionaram-se de forma diferente em 2 grupos:

1) Os pais que têm filhos na educação infantil, por motivos óbvios, são totalmente contrários às férias de 30 dias;

2) Os pais com filhos que estão a partir do 5º ano do Ensino Fundamental, faixa etária que aprecia futebol, são favoráveis.

No entanto, não podemos nos esquecer que nos países do hemisfério norte as férias escolares são longas e vão, em geral, do meio de junho até setembro. Então, não existe esse problema. No Brasil, o evento não ocorre há 60 anos e ainda há que se ressaltar a paixão pelo futebol, talvez uma das poucas alegrias do povão brasileiro, não é questão de priorizar o futebol em detrimento da educação.

Por essa razão, entendemos que o efeito COPA pode ser devastador no aproveitamento escolar. Isso porque os nossos estudantes estarão com a cabeça nos jogos, sejam qual for o país que estiver jogando. Prova disso é que na Copa das Confederações muitos pré-adolescentes faltaram aula para assistirem jogos de outros países!

De qualquer forma, uma coisa é certa: as escolas que não priorizarem o aproveitamento dos estudos e intercalarem aulas com jogos poderão prejudicar os alunos. Assim, inevitavelmente, as perdas serão diretas e indiretas. Direta, pois haverá enforcamento dos dias que antecedem ou sucedem os jogos, por exemplo, jogos que ocorrem às terças e às quintas. Indireta, pois a concorrência das aulas com jogos irá tirar, sem dúvida, o foco e a atenção dos alunos.

A ASPA está exigindo das escolas que sejam sejam minimamente diligentes e antecipem as avaliações semestrais para que essas ocorram até o dia 11 de junho, no máximo. Quanto à reposição das aulas, não cremos que as escolas que não derem todo o período de férias na Copa o farão posteriormente com o mesmo aproveitamento.

Interessante que tivemos uma reclamação de pais de uma escola que, pasmem, marcou a saída das crianças em um dos dias do jogos do Brasil na Copa das Confederações para às 15h. Isso é um descalabro, pois se a aula começa às 13:30, como pedir aos pais para buscarem os filhos às 15h?

Quanto às escolas que têm educação infantil, aconselhamos aos pais a negociarem o funcionamento, pois não há interesse dos pais, tampouco dos alunos nos Jogos. Esperamos que haja bom senso e diálogo com os pais.

No final das contas estamos apenas estendendo as férias cerca de uma semana a mais do que a maioria das escolas o fazem, pois no meio do ano a maior parte das escolas tem  3 semanas de férias. Ora, não é um absurdo total pensar em férias de 30 dias, algumas das principais escolas privadas já pensam em antecipar o início do ano escolar e estender as férias no meio do ano, o que beneficiará os alunos e os professores.