EDUCAÇÃO DOMICILIAR »PARTE I
Em casa,uma opção ao ensino formal
Moradores de Sobradinho,Darcília e Josué Bueno optaramporeducar os 10 filhos fora da escola. Cerca de mil famílias brasileiras adotam esse caminho.O método,comum nos Estados Unidos, enfrenta problemas de regularização no país
Publicação: 05/08/2013 12:24 Atualização: 05/08/2013 12:51
CORREIO BRAZILIENSE, DOMINGO, 04/08/2013
MANOELA ALCÂNTARA
A família Bueno divide o ensino em dois períodos: de manhã, estudam os pequenos e, à tarde, os adolescentes encaram os livros. O caçula, de 4 anos, já forma palavras e o irmão de 6 lê com desenvoltura |
Aos 4 anos, Mikael Andrade Bueno forma palavras com letras de plástico, desenha melhor do que muitos adultos e consegue pronunciar “helicóptero” sem nenhum tropeço. O irmão de 6 anos, Immanuel, lê livros infantis em voz alta sem perder a concentração ou gaguejar. Os dois nunca frequentaram uma escola nos moldes tradicionais. Os conhecimentos são adquiridos em casa, com a ajuda da mãe, Darcília dos Reis Mazoni Bueno, 42, e do pai, o taxista Josué Peixoto Bueno, 52. Eles optaram pela educação domiciliar e abriram mão de salários melhores para ficar mais tempo no lar, em Sobradinho, e ensinar os 10 filhos.
Este ano, viram a primogênita, Yael, 18 anos, formar-se no ensino médio e passar em dois vestibulares. A jovem foi exemplo para os irmãos. Aos 6, sabia toda a tabuada de cor, além de ler e escrever. Agora, fala inglês e espanhol e se prepara para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Minha educação me levou a ser autodidata. Comprei a apostila e estudo por ela. Passei em duas provas de universidades privadas, mas só vai contar mesmo quando passar em uma pública”, disse a futura nutricionista, enfermeira ou professora. Ela está em dúvida entre as três carreiras.
Os 10 filhos da família Andrade Bueno têm rotina de estudos quase integral. Em uma sala com prateleiras cheias de livros, computadores, mesas e cadeiras, os pequenos estudam de manhã. Acordam, tomam café e começam a rotina. À tarde, é a vez dos adolescentes aprenderem os assuntos pertinentes à idade, sempre acompanhados pela mãe, que estudou para ser professora no ensino Normal. Eles também orientam os mais novos na alfabetização e auxiliam nas tarefas domésticas.
SAIBA MAIS - DIRETO DA FONTE http://goo.gl/YnoZPr
EDUCAÇÃO DOMICILIAR »PARTE II
Divergência entre especialistas
Ao mesmo tempo que educadores defendem o ensinoemcasa como forma de evitar o bullying e as drogas do meio escolar, outros afirmam que ir à sala de aula permite às crianças começarem a participar efetivamente da sociedade
Publicação: 05/08/2013 12:46 Atualização: 05/08/2013 12:54
Correio Braziliense, Domingo, 04 de agosto de 2013
Presidente da Associação de Pais e Alunos, Luis Claudio Megiorin simpatiza com a ideia da educação domiciliar |
As famílias que optam pela educação domiciliar garantem ter motivos para não aderirem ao modelo escolar de ensino tradicional. Entre as alegações centrais para adoção, estão os princípios religiosos, o alto índice de bullying nos estabelecimentos, a violência e as drogas.O homeschooling (ensino doméstico, em inglês), como é chamado em outros países, exige dedicação dos pais, alto índice de instrução e competência para que os filhos tornem-se autodidatas. Porém, o método provoca controvérsia na sociedade e entre os especialistas. Em Brasília, duas famílias foram investigadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, mas os casos acabaram arquivados.
A ideia de inclusão da modalidade na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), prevista no Projeto de Lei nº 3.179, de 2012, vai contra as políticas governamentais atuais. O intuito do governo é que todas as crianças estejam na escola. A própria LDB foi modificada recentemente para exigir o ingresso dos pequenos com 4 anos na educação infantil. Existe ainda previsão de criar mais escolas de ensino integral, entre outros.
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