SEGURANÇA NAS ESCOLAS
Mais
vigilância sobre os alunos
A principal motivação da criação da ASPA foi a ocorrência de alguns episódios lamentáveis
que aconteceram e continuam existindo em escolas públicas e privadas do DF. Nos
últimos anos tivemos 2 mortes, vários acidentes, lesões corporais, bullying, agressões físicas a
alunos e professores, além do uso de drogas em algumas escolas. Ocorrências
essas perfeitamente evitáveis, não fossem a negligência e falta de cuidado dos
gestores das Instituições de Ensino do DF.
Fato é que muitas escolas estão negligenciando a segurança dos alunos. Não vemos mais os bedéis,
monitores fazendo a segurança ostensiva no ambiente escolar. Ao
contrário, vemos pátios e corredores das escolas com intensa movimentação de
alunos sem a supervisão adequada.
Nós brasileiros não somos dados à prevenção, andamos sempre a reboque das
“fatalidades”. Por essa razão, continuaremos a assistir situações limites de bullying e outras formas de violências, além do
uso de drogas dentro e nas imediações de algumas escolas. Em virtude disso, em 17/09/2012 a ASPA e a Defensoria Pública da Infância e da Juventude entraram com uma
Representação em conjunto na PROEDUC (MPDFT) pedindo maior rigor na segurança das escolas públicas e privadas do DF.
Trata-se de situação de extrema vulnerabilidade dos nossos alunos e
sociedade em geral. O comportamento de nossas crianças e adolescentes, sem
limites, está pondo a própria segurança em risco.
As leis que reprimem os chamados atos infracionais (crimes, muitas vezes
hediondos) é leniente e branda. Dificilmente um adolescente recebe a punição
adequada e, via de regra, quando a recebe é inócua e a reincidência torna-se uma realidade. Infelizmente, no Brasil, sequer os pais são penalizados por atos de seus filhos.
Muitos de nós, pais, não podemos deixar de fazer a nossa mea culpa, pois temos sido
permissivos e não temos impostos limites aos nossos filhos desde a tenra idade.
Nossa tendência é terceirizar a educação e passar a responsabilidade da
contenção dos instintos dos nossos filhos para as escolas. As escolas são
forçadas a serem solucionadoras de todos os problemas sociais e comportamentais
dessa geração sem limites.
Assim, no momento em que nossos filhos acessam as dependências das instituições
de ensino, essas se tornam as guardiãs e responsáveis da integridade física e
moral de seus alunos. Por essa razão, é importante que os cuidados sejam redobrados, não sendo as escolas permissivas e tolerantes com qualquer comportamento que destoe do padrão
mínimo aceitável. Discordamos, portanto, de profissionais que pregam a
tolerância no ambiente escolar. Essa tolerância, no limite, pode trazer
problemas irreparáveis.
Por tudo isso e porque as escolas e educadores não podem, em muitos casos,
contar com pais presentes e enérgicos, outra saída não nos resta a não ser
aplicar aos nossos adolescentes e jovens uma maior vigilância,
principalmente no ambiente escolar, ou seja, os mesmos cuidados que
dispensamos às crianças da educação infantil.
E
nesse ponto vale tudo, inclusive monitoramento ostensivo de câmeras de
seguranças, uso de chips em uniformes, por que não? Essa é sem dúvida uma
tendência mundial, pois em nome da segurança estamos cada vez mais abrindo mão de
nossa privacidade. É importante, entretanto, que os pais sejam chamados a
opinar e que haja um regulamento aprovado pelos pais em cada escola para
regrar o uso e acesso da imagem dos alunos. O monitoramento humano
também é imprescindível devido a eventuais falhas dos equipamentos.
Ora, nada que
acontece dentro de uma escola pode ser alegado em sua defesa como "fatalidade". Assim, o empresário que investe na educação assume o risco dessa atividade tão
importante, são ônus e bônus. O gestor da escola pública e privada respondem
também pela teoria da responsabilidade civil. No fim das contas, seja privada
ou pública, a instituição é responsável por essas vidas que estão sob sua guarda.
Uma coisa é certa: a ASPA está de olho e não se furtará em tomar as providências
cabíveis em caso de ocorrer algum evento danoso aos alunos de qualquer escola do
DF. Essa é sua missão.
Luis Claudio Megiorin,
advogado e Presidente da ASPA -DF
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