A ASPA e a CONFENAPA entendem que não há ainda o que se comemorar com relação ao resultado do Ideb (Índice de desenvolvimento da educação básica – MEC/INEP). Apenas traz uma ponta de esperança de que um dia, em algumas décadas, teremos um ensino público de boa qualidade se tudo der certo com o PNE (Plano Nacional da Educação). Uma analogia simplória é que a educação pública está na UTI, está muito ruim, e quando o paciente está na UTI somente a equipe médica consegue ver melhorias e senti-las. A família não consegue ver o mesmo, pois o que ela quer é ver o paciente fora dali.
Quanto ao desempenho das escolas privadas, o resultado pífio e a estagnação não nos surpreendeu, pois há muito estamos sentindo que vem caindo a qualidade da escola privada. A grande maioria delas serve para fomentar o ensino superior privado. Não concordamos que quando se está em um patamar mais elevado o alcance de metas é dificultado. Na verdade, há falta de parâmetro de qualidade, pois se o ensino público é de péssima qualidade qualquer coisa é melhor. Somente com a melhoria da qualidade do ensino público o ensino privado terá concorrência à altura. Assim, o consumidor desse serviço tem sido lesado ao longo dos anos.
A esperança de nós pais de alunos, que bancamos os dois sistemas de ensino (o público e o privado), é que um dia professores, secretários e conselheiros de educação, parlamentares e todos os que discursam sobre a qualidade da educação pública possam ter seus filhos na escola pública. Até lá, só nos resta ter esperança de que um dia nossos netos terão como opção uma escola pública de boa qualidade.
A privatização do ensino tem se dado em escala crescente, pois os empresários desse ramo estão de olho na renda dos pais de alunos. Vejam o exemplo do DF, que é a Unidade Federativa com maior número de escola privadas proporcionalmente. Se contarmos com as escolas clandestinas já ultrapassamos o número de escolas públicas.
Isso é o que chamamos no Direito do Consumidor de defeito na prestação do serviço, quando o consumidor paga um alto custo e os resultados muitas vezes são decepcionantes. Resultado disso é arcar também com o ensino superior privado. Infelizmente o Ideb não analisa as escolas individualmente, mas por amostragem. É essencial sabermos, enquanto consumidores, onde estão e quem são os melhores prestadores de serviços. Muitos pais estão investindo no escuro, pois as escolas que vão até o 5º ou 9º não são avaliadas censitariamente, somente o serão no Ensino Médio pelo ENEM.
Fato é que a imensa maioria dos usuários do sistema público de educação sequer toma conhecimento dos índices do Ideb. E, se ouvem, não entendem o significado que aponta para o futuro. Os que se preocupam com a baixíssima qualidade das escolas dos seus filhos torcem para a renda aumentar a fim de migrarem para o ensino privado.
Por outro lado, as Classes A e B estão céticas quanto à questão. São muitas décadas de descrédito nas políticas educacionais. O mais irônico é que investem pesado na educação para que seus filhos venham ingressar numa Federal sem sequer saber a qualidade que essas instituições terão em futuro próximo. O pior de tudo é que o funil do vestibular será ainda mais estreitado, devido à nova lei de cotas aprovada pelo Congresso Nacional.
RESULTADO DO IDEB LIGA O SINAL DE ALERTA
JORNAL DE BRASÍLIA
http://www.jornaldebrasilia.com.br/edicaodigital/pages/20120816-jornal/pdf/04.pdf
SAIBA MAIS: Segundo Ideb, rede particular de ensino avança menos que pública
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