REPOSIÇÃO DAS AULAS

POSIÇÃO DA ASPADF E CONFENAPA QUANTO À REPOSIÇÃO DAS AULAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS.

Nessa última greve anual dos professores das escolas públicas tivemos um saldo do movimento que não anima pais e alunos, muito menos os professores. A razão do desânimo reside no fato de que os docentes não conseguiram, até o momento,  alcançar os objetivos almejados com a paralisação.

Por outro lado, os alunos sabem que enfrentarão uma jornada pesada de estudos sem que ainda estejam condicionados para tanto. Todos sabemos que estudo é hábito que a maioria dos estudantes não tem, seja por falta de estímulos, ou até mesmo pelo longo período na ociosidade.

Diante desse quadro, os pais e alunos, na verdade, não têm o que comemorar. Alertamos ainda para o fato que não houve o fim da greve, mas uma suspensão desta, segundo o sindicato da categoria.

Como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, sobrou para os alunos a árdua tarefa da volta às aulas somente agora no mês de abril. Isto porque, sequer tivemos um mês de aula no início do ano.

A reposição das aulas decidida pelos professores será aos sábados, sendo que haverá apenas uma semana de recesso em julho, dos dias 15 a 22. O ano letivo será estendido e finalizará no dia 29 de dezembro.

           

Como havíamos comentando em entrevista na CBN Comunitária no dia 2 de maio, o prejuízo aos alunos já está instalado. A reposição de toda matéria dada de forma regular já não é fácil, imagina agora que os alunos terão que ir todos os sábados à escola.

A primeira opção aventada naquela ocasião seria em sábados alternados, o que pelo visto não foi possível, mas sem dúvida seria a melhor, pois sabemos que, via de regra, a maioria dos alunos acabam por não comparecer à reposição das aulas. Mas isso é um esforço que pais alunos e professores deverão fazer para não prejudicar ainda mais o rendimento dos seus filhos.

Quanto aos alunos que farão o PAS e vestibular no final do ano a questão é ainda mais dramática. Terão que fazer um esforço ainda maior para tentar ultrapassar o abismo existente entre os alunos da escola pública e os da escola privada quanto à igualdade de oportunidades.

Neste momento de crise profunda na nossa educação, pedimos aos professores que, diante do interesse público relevante e a responsabilidade social de sua profissão, que deem de si o máximo neste ano a fim de ajudar aos nossos alunos.

Pedimos também aos pais de alunos que envidem todos os esforços para levarem seus filhos à escola para essa reposição das aulas. Ao Governo do DF pedimos que aja proativamente em favor da educação, cumprindo os acordos firmados com a categoria tão importante que é a de professor.

Luis Claudio Megiorin, Presidente da ASPA-DF e Coordenador da CONFENAPA