EDUCAÇÃO NO BRASIL, SEMPRE MAIS DO MESMO

A CONFENAPA e a ASPA entendem que, mais uma vez, segundo dados levantados pelo MEC, a avaliação do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) expõe também a fragilidade do ensino superior.  Já não bastava o pífio desempenho do ensino básico refletido no último ENEM. Chega-se à conclusão, pois, que o sistema educacional brasileiro agoniza na “UTI”. O pior de tudo é que só temos o diagnóstico do “paciente”, não encontramos ainda o remédio para sua cura.

Segundo o advogado Luis Claudio Megiorin, presidente da ASPA-DF e Coordenador da CONFENAPA, o nosso sistema de ensino é retroalimentado, tendo sempre mais do mesmo. Existe um círculo vicioso. Formamos pessoas em instituições cujo ensino é fraco e de qualidade duvidosa. Essas instituições, por sua vez, recebem alunos, também mal preparados, egressos do ensino básico que tiveram professores formados nessas instituições. Essa análise só é possível porque hoje, graças aos métodos de avaliação do MEC/INEP, podemos ter esse retrato da realidade.

A partir da formação no ensino básico, anualmente são despejados nas faculdades privadas, que são em parte financiadas com dinheiro público, através de incentivos e financiamento de crédito estudantil, milhões de alunos mal preparados pelas escolas públicas e privadas. A esmagadora maioria das escolas da educação básica não serve para outra coisa senão para alimentar as entidades privadas de ensino superior com esses alunos. Temos que romper com esse círculo vicioso, afirma Megiorin.

Pelos dados expostos, no ENADE apenas 8% das instituições de ensino superior tiveram notas boas e 53% satisfatórias. Importante ressaltar que a CONFENAPA e a ASPA-DF reforçam a importância dos métodos de avaliação que vão desde a educação básica até o ensino superior. 

“Entendemos que  medir a qualidade do ensino é importantíssimo para que saibamos onde estamos investindo nossos esforços. Um exemplo emblemático são os mais de 1200 cursos jurídicos os quais não são capazes, sequer de preparar os alunos para o Exame de Ordem. O fato de termos mais cursos jurídicos que o restante de todos os países do mundo acende uma luz amarela. A importância dessas avaliações são bem-vindas, principalmente no momento em que a educação está ficando cada vez mais privatizada, enfatiza Megiorin”.